A ANSR divulga hoje o
relatório de sinistralidade, fiscalização e contraordenações rodoviárias
relativo aos primeiros onze meses de 2022.
Entre janeiro e novembro de 2022
registaram-se no Continente e nas Regiões Autónomas 31.600 acidentes com
vítimas, 430 vítimas mortais, 2.260 feridos graves e 37.006 feridos leves. Em
relação a 2019, ano que a Comissão Europeia considerou como o ano base de
referência para efeitos da avaliação da evolução da sinistralidade rodoviária
durante a presente década, critério que também foi adotado em Portugal,
registaram-se no Continente e nas Regiões Autónomas menos 2.518 acidentes
(-7,4%), menos 50 vítimas mortais (-10,4%), menos 83 feridos graves (-3,5%) e
menos 4.206 feridos leves (-10,2%).
Em relação ao Continente, nos primeiros
onze meses de 2022 registaram-se 30.239 acidentes com vítimas, dos quais
resultaram 421 vítimas mortais, 2.088 feridos graves e 35.479 feridos leves.
▪ Comparativamente a 2019, os
principais indicadores de sinistralidade no Continente apresentaram resultados
decrescentes: menos 2.467 acidentes (-7,5%) menos 16 vítimas mortais
(-3,7%), menos 40 feridos graves (-1,9%) e menos 4.131 nos feridos leves
(-10,4%).
▪ Face ao período homólogo de
2021, ano em que ainda se verificaram quebras na circulação rodoviária face
a 2019, num contexto de pandemia, observaram-se aumentos em todos os principais
indicadores no Continente: mais 3.702 acidentes (+14,0%), mais 63 vítimas
mortais (+17,6%), mais 171 feridos graves (+8,9%) e mais 4.458 feridos leves
(+14,4%). De salientar que, relativamente a 2021, até novembro de 2022
registou-se um aumento da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo
no risco de acidente, como se pode concluir do aumento de 7,4% no consumo de
combustível rodoviário até novembro, de acordo com dados da Direção-Geral de
Energia e Geologia).
▪ A colisão foi a natureza de
acidente mais frequente (52,1% dos acidentes), com 39,7% das vítimas
mortais e 43,7% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 34,6% do
total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem
das vítimas mortais (46,3%)
▪ A maioria das vítimas mortais (54,4%)
foram consequência de acidentes fora das localidades, com um crescimento de
45,9%, ainda que estes acidentes tenham representado apenas 21,7% do total. O
índice de gravidade dentro das localidades situou-se em 0,81 até novembro 2022
(0,95 no período homólogo de 2021), enquanto fora das localidades ascendeu a
3,48, com significativo agravamento face a 2,94 no ano anterior.
▪ Quanto ao tipo de via, nos
arruamentos (62,9% dos acidentes) registaram-se 31,1% das vítimas mortais
(+12,9% face ao período homólogo) e 45,7% dos feridos graves (+11,2% face ao
período homólogo). Nas estradas nacionais ocorreram 19,2% dos acidentes, com 32,5%
das vítimas mortais (+12,3% face ao período homólogo) e 28,6% dos feridos
graves (+8,2% face ao período homólogo).
▪ No que respeita à categoria de
utente, considerando as vítimas mortais, 66,5% do total eram condutores,
enquanto passageiros e peões corresponderam a 19,2% e 14,3%, respetivamente. Em
termos de variação homóloga, nas vítimas mortais verificaram-se aumentos em
todas as categorias de utentes, sobretudo nos passageiros (+50,0%), de 54 em
2021 para 81 em 2022. Relativamente aos feridos graves, o aumento mais
significativo ocorreu também nos passageiros (+19,7%). Os peões registaram
aumentos de 25,0% nas vítimas mortais e de 7,7% nos feridos graves.
▪ Em relação à categoria de
veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam
a 71,6% do total, com um aumento de 13,0% relativamente ao período homólogo de
2021, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos ciclomotores e
motociclos (+13,2%) e nos veículos pesados (+12,6%).
▪ Considerando as vítimas por
categoria de veículo nos primeiros onze meses de 2022, verificou-se
que 54,6% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro, enquanto 24,3%
circulava em ciclomotores ou motociclos e 7,2% em velocípedes.
▪ Entre janeiro e novembro de 2022,
50,4% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob a
responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (44,2%) e Brisa (6,2%).
Quanto à fiscalização de
veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, salienta-se:
▪ Nos primeiros onze meses de 2022 foram
fiscalizados 118,2 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através
de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 6,8% em
relação ao período homólogo de 2021. A GNR e a PSP registaram decréscimos de
13,6% e 13,2%, respetivamente. Salienta-se o crescimento de 9,4% no sistema de
radares SINCRO gerido pela ANSR.
▪ As infrações ascenderam
a 1,1 milhão, o que representa um acréscimo de 4,0% face ao ano anterior.
▪ A taxa de infração (n.º
de infrações/n.º de veículos fiscalizados) foi de 0,76%, uma redução de 14,3%
face à taxa de 0,89% registada em 2021.
▪ Relativamente à tipologia de
infrações, 68,2% do total registado nos primeiros onze meses de 2022 foi
referente a excesso de velocidade. Verificou-se diminuição em diversas
tipologias de infrações, sendo de realçar menos 17,1% pela utilização do
telemóvel, menos 12,3% pela não utilização de sistemas de retenção para
crianças e menos 11,6% pela não utilização do cinto de segurança. Contudo, a
condução sob efeito de álcool evidenciou um aumento expressivo (+32,9% face ao
período homólogo), mas em parte como consequência da queda acentuada do ano
anterior.
▪ Quanto ao excesso de
velocidade, a taxa de infração (n.º de infrações de velocidade/ n.º de
veículos fiscalizados) diminuiu 8,3%, de 0,52% em 2021 para 0,48% em 2022.
▪ No que diz respeito à condução
sob o efeito do álcool, de janeiro a novembro de 2022 foram submetidos ao
teste de pesquisa de álcool 1,4 milhão de condutores, o que representa um
aumento de 12,5% comparativamente a 2021. A taxa de infração (n.º de infrações
por álcool/ n.º de testes efetuados) subiu de 1,6% nos primeiros onze meses de
2021 para 1,9% no período homólogo de 2022.
▪ A criminalidade rodoviária,
medida em número total de detenções, aumentou 22,7% no período de janeiro a
novembro de 2022 por comparação com 2021, atingindo 28,4 mil condutores. Do
total, 54,7% deveu-se à condução sob o efeito do álcool, seguindo-se 33,8% por
falta de habilitação legal para conduzir.
▪ O número de condutores que
perderam pontos na carta de condução foi de 517,2 mil, até
final de novembro de 2022.
▪ Desde a entrada em vigor do
sistema de carta por pontos, em junho de 2016, 2.363 condutores ficaram com
o seu título de condução cassado.
Consulte o relatório aqui.