A ANSR divulga os resultados do Estudo EuroRAP (European Road Assessment Programme) que avaliou 20 estradas portuguesas com uma extensão de 4.880 km (cerca de 35% da Rede Rodoviária Nacional, e 5% da rede de estradas em Portugal). Estas 20 vias foram selecionadas pelo elevado nível de sinistralidade nelas registado. No período 2010 a 2016 estas vias registaram os maiores Indicadores de Gravidade acumulados e foram responsáveis por 43% das mortes registadas em Estradas Nacionais, Estradas Regionais, Itinerários Complementares e Itinerários Principais.
A classificação da infraestrutura rodoviária da Rede Rodoviária Nacional (RRN), segundo a metodologia EuroRAP, é uma medida do Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária (PENSE2020) coordenado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), com o envolvimento das Infraestruturas de Portugal (IP), e tem como principal objetivo promover estradas mais seguras.
O estudo, elaborado de acordo com a metodologia EuroRAP incluiu as seguintes vertentes:
· Classificação por estrelas - medição da segurança da infraestrutura rodoviária atribuindo estrelas, de 5 estrelas a 1 estrela (como o NCAP nos automóveis), a partir das caraterísticas físicas da estrada e das velocidades praticadas;
· Elaboração de planos de investimento de segurança rodoviária - apresentação de um conjunto de cenários de intervenção nas vias, contabilizando custos e respetivos benefícios, com base em modelos económicos que combinam fatores de redução de risco;
· Elaboração de Mapas de Risco - classificação das vias de acordo com uma escala de risco (baixo; baixo-médio; médio; médio-alto; alto), tendo em conta a exposição a esse risco medida pelo tráfego.
No que diz respeito à classificação por estrelas os resultados desta avaliação, para os 4880 Km de estradas da Rede Rodoviária Nacional e para os ocupantes de automóveis (O estudo fornece também resultados para ocupantes de veículos de duas rodas a motor de bicicletas e para peões) são os seguintes:
· 777,1km (15,92%) avaliados com 1 estrela(Risco relativo de morte ou ferimento grave igual ou superior a 22,5)
· 1743,7km (35,73%) avaliados com 2 estrelas (Risco relativo de morte ou ferimento grave igual ou superior a 12,5 e inferior a 22,5)
· 2052,5km (42,06%) avaliados com 3 estrelas (Risco relativo de morte ou ferimento grave igual ou superior a 5 e inferior a 12,5)
· 282,0km (5,78%) avaliados com 4 estrelas (Risco relativo de morte ou ferimento grave igual ou superior a 2,5 e inferior a 5)
· 16,2km (0,33%) avaliados com 5 estrelas (Risco relativo de morte ou ferimento grave inferior a 2,5)
O mapa pode ser consultado aqui.
O estudo contempla também 4 planos de investimentos, correspondentes a 4 cenários de análise custo-benefício. Para cada cenário é indicado o investimento necessário para melhorar a segurança rodoviária dos utilizadores das estradas avaliadas e a redução expectável do número de vítimas mortais e de feridos graves, bem como o benefício em termos económicos e sociais, decorrente da poupança para a sociedade por serem evitadas mortes e feridos graves em consequência dos acidentes rodoviários.
A terceira vertente do Estudo - mapa de risco - representa de forma objetiva os trechos da rede rodoviária avaliada nos quais as pessoas morrem ou são feridas gravemente e onde o risco para o utente é maior.
O mapa de risco pode ser consultado aqui.
O estudo demonstra não só que a melhoria da segurança das infraestruturas rodoviárias é um investimento com elevado retorno – por cada euro investido a sociedade poupa mais de 8 euros- mas sobretudo que estes investimentos salvam vidas.
As principais conclusões deste estudo podem ser consultadas aqui e o estudo detalhado aqui.